Quando você está 4–0, é fácil esconder os problemas — até que todos apareçam de uma vez. É o que está acontecendo com o Buffalo Bills. O ataque já vinha mostrando sinais de queda contra New Orleans Saints e Miami Dolphins, mas o time conseguiu marcar 30 pontos em cada partida e vencer.
Até que parou de vencer.
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Os Patriots expuseram as maiores fraquezas dos Bills. E agora, depois de outra derrota dura para o Atlanta Falcons, o time precisa usar a semana de descanso para fazer uma verdadeira autocrítica — há muita coisa errada a ser corrigida.
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Problemas na secundária
A defesa contra o passe é um desastre. Nos últimos dois jogos, os Bills permitiram 261,5 jardas aéreas por jogo, o que os colocaria em 31º lugar da NFL se fosse a média da temporada.
Contra os Patriots, todos sabiam que o alvo seria Stefon Diggs — e ele terminou com 10 recepções, 146 jardas e um show à vontade.
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Na semana seguinte, a história se repetiu contra os Falcons: Drake London, o único recebedor dominante do elenco, teve 10 recepções, 158 jardas e 1 TD.
Ou seja, qualquer time com um quarterback competente e um recebedor nº1 consegue destruir essa defesa.
Os altos salários também não estão justificando nada. Christian Benford, bem pago na última offseason, segue irregular. Tre'Davious White ainda é titular — e é um problema: permitia rating de 121 antes da Semana 6. Taron Johnson e Taylor Rapp pioraram, erram tackles com frequência, e o novato Cole Bishop ainda não evoluiu.
Em resumo: a secundária dos Bills virou um incêndio completo.
Wide receivers ineficazes
O time deu um contrato de US$ 29 milhões por 3 anos a Josh Palmer, que tem 14 recepções em seis jogos e nenhum touchdown.
Também investiu US$ 24 milhões em Curtis Samuel — que acumula mais partidas perdidas por lesão do que touchdowns marcados.
O novato Keon Coleman é outro problema: sem explosão, sem separação e claramente fora de posição. Deveria atuar no slot, mas lá já estão Khalil Shakir e Dalton Kincaid.
Resultado: Josh Allen não tem ninguém confiável em terceiras descidas.
A filosofia do “Everybody Eats” (“todo mundo toca na bola”) era bonita no papel — mas agora o ataque está faminto.
Más decisões de elenco
O gerente geral Brandon Beane vem falhando sistematicamente nos drafts, especialmente nas primeiras rodadas.
Desde 2020, as principais escolhas foram:
2020: A.J. Epenesa
2021: Greg Rousseau
2022: Kaiir Elam
2023: Dalton Kincaid
2024: Keon Coleman
2025: Max Hairston
Apenas Kincaid é minimamente consistente — e ainda assim teve uma queda em 2024, incluindo um drop decisivo na final da AFC. Nenhum craque. Nenhum jogador que mude jogos. Beane falhou em reforçar o elenco e desperdiçou anos preciosos do auge de Josh Allen.
Neste ano, os erros foram ainda mais graves. O time precisava de um wide receiver nº1 e, em vez disso, Beane gastou energia brigando com jornalistas locais que apontaram o óbvio.
A defesa aérea era um buraco, e ele achou que três escolhas tardias de defensive backs resolveriam o problema. A verdade é que Allen vem mascarando as falhas estruturais da franquia há anos — e sustentando cargos que já deveriam ter caído.
Treinamento ruim
Chamadas questionáveis têm virado rotina. Um end around em 3ª para 1 que perdeu jardas e resultou em punt. A defesa permitindo 200 jardas terrestres mais uma vez, incluindo 170 jardas e 1 TD para Bijan Robinson.
O time é mal treinado. Sean McDermott parece esgotado. Falta energia, falta liderança. O elenco de assistentes é fraco e não o desafia. Os novatos raramente têm chance — a comissão técnica trata o playbook como se fosse “cálculo avançado com neurocirurgia”.
Sim, os Bills estão 4–2, mas o padrão se repete: toda temporada sob McDermott tem uma sequência de duas derrotas seguidas.Provavelmente o time ainda vai vencer 11 ou 12 jogos e ganhar a AFC East, talvez até um jogo de wildcard. Mas isso não basta mais.O torcedor não quer um time “competitivo”; quer um time campeão. McDermott já teve várias oportunidades de levar os Bills ao Super Bowl — e falhou em todas.
Com o elenco mais fraco da era Josh Allen, não há motivo para acreditar que o resultado será diferente em 2025. Se os Bills não chegarem ao Super Bowl, McDermott e Beane precisam sair. A complacência precisa acabar — e só mudará quando o fracasso deixar de ser premiado com estabilidade.