Semana 1 da NBA: Reaves, Cooper Flagg e o que empolga em cada um dos 30 times

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Com a primeira semana da temporada da NBA encerrada, ainda é cedo demais para tirar conclusões definitivas. Mas já dá para apontar algumas histórias curiosas, surpresas positivas e jogadores que chamaram a atenção nesse início.

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Ainda estamos naquele momento em que dá para encontrar motivos de otimismo para praticamente todas as franquias. Muita coisa legal está acontecendo – e é fácil perder algo no meio da avalanche de jogos.

A seguir, 30 observações rápidas e divertidas, uma para cada equipe da liga.

30 fun observations from all 30 teams

Atlanta Hawks – Mo Gueye

O início não foi dos mais empolgantes para os Hawks, mas surgiu uma grata surpresa: Mo Gueye. Chamado para o time titular por causa de lesões, ele virou aquele “cara que ninguém conhecia, mas já respeita”. Já pôsterizou Chet Holmgren, achou um passe lindo para uma bola de três de Trae Young no corner e vem acumulando jogadas de pura raça dos dois lados da quadra.

Eu coloquei Gueye como o 73º melhor defensor no meu ranking de pré-temporada. No ano que vem, ele com certeza não vai estar tão baixo assim. Está virando favorito de quem acompanha pelo League Pass.

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Boston Celtics – Hugo Gonzalez

Os Celtics começaram com dificuldades — principalmente para pegar rebotes defensivos —, mas tiveram um destaque positivo: o novato Hugo Gonzalez, 28ª escolha do Draft. Energia absurda, defesa intensa, gana o tempo todo. No jogo de domingo, ele teve duas roubadas de bola, um toco e forçou uma falta de ataque… tudo isso nos primeiros quatro minutos.

O esforço foi tão evidente que Stan Van Gundy se declarou ao vivo na transmissão: “Estou me apaixonando por Hugo Gonzalez.” Estamos juntos nessa, Stan.

Brooklyn Nets – Egor Demin

Muita gente desconfiava de Demin antes do Draft, principalmente pelo aproveitamento de arremessos no basquete universitário. Mas ele já começou a apagar essa dúvida na NBA: 8 de 16 nas bolas de três nos primeiros dois jogos. Para esta análise, vamos ignorar o detalhe de que ele ainda não tentou sequer uma bola de dois.

Charlotte Hornets – Ryan Kalkbrenner

LaMelo Ball começou bem a temporada, mas cometeu aquele erro bizarro no fim de um jogo apertado. Então vamos destacar outra história: Ryan Kalkbrenner. O novato escolhido no segundo round tem sido um ponto de luz numa rotação limitada de pivôs em Charlotte (sem desrespeitar Moussa Diabate).

Depois de dominar em Creighton, está conseguindo traduzir seu jogo para o nível NBA: média de 9,3 pontos e 7,7 rebotes com surreal aproveitamento de 87,5% nos arremessos, jogando só 25 minutos por noite. Sofreu contra pivôs mais fortes dos Sixers, mas destruiu defensores menores. É mestre em sair rápido do bloqueio e encontrar espaços no pick-and-roll.

Chicago Bulls – Matas Buzelis

Se você apostou que Bulls e Sixers seriam os últimos invictos do Leste… parabéns pela previsão ousada. Chicago começou 3–0 e com contribuições do elenco inteiro.

Buzelis foi ótimo em dois jogos e apagado em outro por causa de faltas. Vamos focar na estreia: parecia um jovem Aaron Gordon. Com 2,08m e explosão atlética, ele já mostrou potencial para ser um dos melhores alas bloqueadores da liga.

Cleveland Cavaliers – Lonzo Ball

Lonzo parece saudável — e isso muda tudo. Ele não está com o melhor aproveitamento nos arremessos, mas sua visão de jogo, defesa e leitura tática elevam o nível coletivo dos Cavs sempre que ele está em quadra. Cleveland começou como esperado e Lonzo deve aumentar o teto do time quando os playoffs chegarem.

Dallas Mavericks – Cooper Flagg

Flagg foi mal na estreia, mas já evoluiu nas duas partidas seguintes. O contexto também não ajuda: falta criação no elenco, então o novato está sendo jogado na fogueira como armador improvisado.

A longo prazo, isso deve ser ótimo para seu desenvolvimento. Jason Kidd já fez algo assim com Giannis no início. Flagg já deu passes impressionantes para ponte aérea e ajudou os Mavs a serem o segundo time da liga em número de enterradas.

Denver Nuggets – Aaron Gordon

Todo jogador deveria morar dentro de um ginásio como Aaron Gordon. Literalmente. Ele comprou um galpão e transformou em casa com meia quadra oficial, sauna, academia e mais. Desde então, sua evolução no arremesso tem sido absurda.

Gordon está chutando 58% nas bolas de três, depois de acertar 44% na última temporada — e isso após anos sendo visto como fraco no perímetro. Seu jogo de meia distância e lance livre também evoluiu. Os 50 pontos na estreia não foram por acaso: é fruto de treino pesado.

Detroit Pistons – Ron Holland

Depois de uma temporada de novato morna, Holland voltou ligado no modo destruição. Energia defensiva absurda, intensidade pura e enterrações plásticas no ataque. Num elenco cheio de caras que jogam duro, ele ainda consegue se destacar pela disposição. Está causando caos nas linhas de passe.

Golden State Warriors – Jonathan Kuminga

Os problemas contratuais da offseason ficaram para trás. Kuminga está diferente. Está pontuando no um contra um sem quebrar o fluxo do ataque, brigando por rebotes como nunca e — pasme — tomando boas decisões na defesa. Ele foi decisivo na vitória na prorrogação contra os Nuggets com uma leitura defensiva inteligente.

Se a parte mental continuar evoluindo, ele deixa de ser moeda de troca e vira peça de franquia em São Francisco.

Houston Rockets – Alperen Sengun

A discussão acabou: Sengun é o melhor jogador dos Rockets. Números monstruosos nesses dois primeiros jogos: 28 pontos, 9 rebotes e 7 assistências de média. E ainda metendo 58% nas bolas de três depois de ser ignorado no perímetro durante quatro temporadas.

Sem Fred VanVleet e com Reed Sheppard ainda cru, Sengun assumiu a bronca. Está jogando em nível de All-NBA até aqui.

Indiana Pacers – Bennedict Mathurin

Rick Carlisle bancou Mathurin como titular ainda no verão — e ele respondeu. Sempre foi um pontuador nato, mas agora deu um salto: 31 pontos por jogo e incríveis 13 lances livres de média.

Uma lesão no pé o tirou do último jogo, e os Pacers já sofrem com várias baixas, o que explica o começo 0–3 mesmo após chegarem às finais do Leste.

Los Angeles Clippers – John Collins está solto

Collins virou vítima de más situações nas últimas temporadas, mas reencontrou vida nova nos Clippers. Vindo do banco, já é candidato a Sexto Homem do Ano. Está matando bolas do perímetro, como sempre foi capaz, e formando uma química muito boa com Zubac no jogo alto-baixo. Experiência faz diferença — e ele está provando isso.

Los Angeles Lakers – Austin Reaves

Nada de LeBron? Nada de Luka? Sem problemas. Austin Reaves virou o assunto da liga na semana. Marcou 51 pontos no terceiro jogo da temporada — com só 22 arremessos — e depois 41 pontos na partida seguinte. Ele sempre foi craque em cavar faltas: foram 36 lances livres em dois jogos.

O elenco dos Lakers é raso e o banco preocupa. Mas se Reaves mantiver esse nível, a conversa muda imediatamente.

Memphis Grizzlies – Cedric Coward

Coward foi o grande mistério do Draft. Saiu do nada para ser escolhido na 11ª posição depois de impressionar no Combine, e já parece um grande acerto de Memphis — mais um para uma franquia que virou referência em garimpar talento.

Ele não tinha grande experiência em alto nível antes da NBA, mas tem ferramentas físicas e instinto que encaixaram imediatamente no jogo profissional. Afinal, não dá para ensinar a alguém como ter 2,18m de envergadura num corpo de ala.

Miami Heat – Um ataque novo

O Heat teve um ataque entre os 10 piores da NBA nas últimas duas temporadas. Sem Tyler Herro no começo do ano, a dúvida era óbvia: quem vai pontuar nessa equipe?

A resposta de Erik Spoelstra foi simples: reinventar tudo. O técnico abandonou o ataque baseado em pick-and-roll e colocou em prática um sistema cheio de movimentações contínuas, semelhante ao que Memphis usou com sucesso no ano passado.

Resultado: o Heat abriu a temporada com o 10º melhor ataque da liga — um desempenho bem acima do que se esperava olhando para o elenco.

Milwaukee Bucks – Temporada de MVP para Giannis?

Muita gente (inclusive eu) não confiou nos Bucks na pré-temporada, principalmente pela falta de profundidade no elenco. Mas quando Giannis está nesse nível… importa?

Ele está com médias insanas: 36 pontos, 16 rebotes e 7 assistências, com 68% de aproveitamento nos arremessos. Números dignos de Wilt Chamberlain. Com ajuda de um início quente de Cole Anthony, Milwaukee abriu 2–1. Giannis foi o MVP da Semana 1.

Minnesota Timberwolves – Julius Randle mantendo a pegada

Randle já tinha mostrado nos playoffs que poderia render muito bem como point forward, e esse papel continua funcionando. Contra o Indiana Pacers, ele assumiu o controle após a lesão de Anthony Edwards no primeiro quarto e terminou com 31 pontos e 6 assistências.

Ele não recebe o crédito que merece como criador e pontuador de elite. Está com média de 25 pontos em quatro jogos e deve carregar o ataque enquanto Edwards se recupera de uma lesão na coxa.

New Orleans Pelicans – Jeremiah Fears e Derik Queen animando a torcida

Os Pelicans ainda não venceram, mas não é terra arrasada. Zion Williamson começou voando, e os dois novatos chamaram atenção.

Jeremiah Fears tem mostrado personalidade como armador, apesar de uma partida terrível (1/11 nos arremessos) na segunda-feira. Derik Queen é aquele pivô com toque ofensivo leve e criatividade no ataque. Os dois já estão conquistando espaço e confiança — e, pelo visto, também dominando o terraço do Smoothie King Center nas horas vagas.

New York Knicks – Tyler Kolek

Entre os desconhecidos que chegaram chutando a porta, temos Tyler Kolek. Ele praticamente não saiu do banco como novato e parecia mais um caso perdido no Knicks de Thibodeau. Mas no segundo ano, virou peça real da rotação.

Organiza o ataque, decide rápido e cria bem para companheiros. Está até mais agressivo buscando seu próprio arremesso. Com a aposentadoria repentina de Malcolm Brogdon, Kolek virou essencial saindo do banco. Mike Brown pediu mais profundidade no elenco — e encontrou.

Oklahoma City Thunder – Ajay Mitchell

Se a votação de Jogador que Mais Evoluiu fosse hoje, o prêmio seria dele. Mitchell, escolha 38 do Draft passado, virou um motor ofensivo para OKC: 18,7 pontos por jogo, com 47% de aproveitamento geral e 42% nas bolas de três.

Com Jalen Williams lesionado, ele assumiu responsabilidades cedo e entregou com estilo. Mais um caso clássico de "como o Thunder achou esse cara tão tarde no Draft?".

Franz Wagner

Orlando Magic – Franz Wagner

O Orlando começou lento e perdeu duas das três primeiras, mas Wagner está fazendo sua parte. A mecânica estranha do arremesso de três parece coisa do passado — ele acertou 4 de 11 nas primeiras partidas e está chutando com confiança.

Quando a bola de fora cai, ele vira um problema completo: infiltra bem, cria para os outros e impacta o jogo em todos os níveis. A construção do elenco ainda é um quebra-cabeça, mas Wagner claramente é a peça principal.

Philadelphia 76ers – VJ Edgecombe

Alguém esqueceu de avisar VJ Edgecombe que o prêmio de Novato do Ano tem dono desde julho (no caso, Cooper Flagg).

O ala do Sixers foi o melhor calouro da primeira semana: 25 pontos, 5,7 rebotes, 6 assistências e 1,7 roubo de média. Ele fez 34 pontos na estreia — maior marca de um novato desde Wilt Chamberlain em 1959. São 75 pontos nos três primeiros jogos, maior número de qualquer estreante neste século.

Atletismo absurdo, agressividade, confiança. Tudo indica que tem muito mais no pacote do que ele pôde mostrar em Baylor.

Phoenix Suns – Collin Gillespie

Sendo sincero: tirando Devin Booker jogando no modo MVP como sempre, não teve muita coisa empolgante em Phoenix.

Mas Collin Gillespie merece ser citado. Inteligente, agressivo e útil vindo do banco. O armador chutou bem, organizou ataques e foi valente na defesa mesmo com apenas 1,85m. Os Suns precisam exatamente de jogadores assim, que ajudem Booker e Durant a carregarem o piano.

Portland Trail Blazers – O time mais chato de enfrentar

Mesmo com o caos fora de quadra por causa da prisão de Chauncey Billups, os jovens Blazers começaram a temporada com personalidade: 2–2 e todos os jogos disputados até o fim.

A força vem da defesa — agressiva, sincronizada e irritante para qualquer adversário. Nada de acidentes aqui: na reta final da última temporada, Portland já tinha uma das melhores defesas da liga. Um elenco jovem, atlético e que compete toda posse. Difícil de encarar.

Sacramento Kings – O "bom" Dennis Schroder

Schroder é um veterano talentoso, mas instável. Em Sacramento, até agora, só apareceu a versão boa.

Ele organizou o ataque, ajustou espaços e virou o conector que o sistema do time precisava. Já distribuiu 7,3 assistências por jogo e marcou forte no perímetro. É exatamente o tipo de peça complementar que pode fazer diferença numa campanha longa.

San Antonio Spurs – WEMBY

Victor Wembanyama é uma aberração bonita de se ver. Até agora, já entregou uns 400 lances dignos de “jogada da temporada”. Todo jogo tem ao menos um momento em que você perde o ar assistindo.

Essa sequência do último domingo seria o auge da carreira de 99% dos jogadores da NBA. Para ele? Só mais um dia no escritório.

Toronto Raptors – O show de Darko

Os Raptors ainda estão oscilando, mas uma coisa não muda: Darko Rajakovic virou personagem oficial da NBA. Depois da estreia, explodiram memes com ele comemorando no vestiário ao som de hip hop sérvio.

O time ainda é irregular, mas pelo menos diversão não falta em Toronto.

Utah Jazz – Brice Sensabaugh

Sensabaugh foi um dos melhores nomes da pré-temporada e manteve o ritmo. Puro talento ofensivo, pontua de qualquer lugar: média distância, infiltração, transição, do jeito que for.

Abriu a temporada com 20 pontos e ajudou a atropelar os Clippers. E não está sozinho — Lauri Markkanen também começou pegando fogo: 51 pontos numa vitória na prorrogação e média de 34,7 pontos nesses três primeiros jogos. Respeitem Utah.

Washington Wizards – Kyshawn George

George foi bem no Pré-Olímpico pela seleção do Canadá, mas ninguém esperava esse impacto imediato na NBA. Ele virou protagonista nos Wizards com números de quase triplo-duplo: 20,3 pontos, 9,3 rebotes e 4,3 assistências.

E não é só estatística vazia — ele controla o ritmo do jogo, defende múltiplas posições e mostra leitura rara para a idade. Washington pode ter encontrado uma estrela.

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