Vencedores e perdedores do Draft 2025: Mavs e Hawks se destacam, Pelicans e Suns vão mal

Stephen Noh

João Vítor Castanheira

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A primeira rodada do Draft da NBA 2025 chegou ao fim e, com é de praxe, se há times satisfeitos, outros não podem dizer o mesmo diante de escolhas bastante questionáveis. O Sporting News analisou todas as decisões e avalia quem se destacou e quem decepcionou nas 30 primeiras picks do Draft desta temporada. 

+ Análise AO VIVO de cada Pick

Vencedores do Draft da NBA 2025

Mavericks

Enquanto outros times se debruçavam sobre vídeos de dezenas de prospectos, os Mavericks relaxavam. Cooper Flagg foi uma escolha óbvia e certeira como número 1.

Vale lembrar que as chances do Mavs conseguirem Flagg eram de apenas 1,8%. Ele é um dos melhores números 1 da década — um ala versátil, com potencial para time de defesa e um jogo ofensivo equilibrado.

A decisão foi simples, e Dallas fez o certo ao ficar com a escolha, em vez de tentar trocá-la. Foram os maiores vencedores da noite.

Spurs

Os Spurs enfrentavam uma decisão interessante. Dylan Harper é claramente o segundo melhor talento da classe, mas o time tem excesso de armadores com Stephon Castle e De’Aaron Fox.

Os Spurs fizeram a escolha certa ao pegar Harper, o melhor jogador disponível, em vez de forçar outra escolha ou trocar só para mexer. A negociação ainda pode acontecer, mas agora eles têm calma para garantir o melhor retorno possível.

Hornets

Kon Knueppel caiu como uma luva para os Hornets, que o selecionaram em 4º. Jogador de alta leitura de jogo, deve se entrosar bem com LaMelo Ball, sendo um excelente arremessador e bom criador secundário. Não tem o teto mais alto da turma, mas foi uma escolha segura para um talento consistente.

Os Hornets precisavam de um bom atirador — e conseguiram um dos melhores desta safra.

Hawks

Antes do draft, os Hawks fizeram uma jogada ousada ao trocar para trazer Kristaps Porzingis, envolvendo a escolha 22. Continuaram agressivos no mercado, trocando a 13ª escolha com os Pelicans por uma 23ª e uma escolha de primeira rodada de 2026, sem proteção.

Essa escolha de 2026 tem tudo para ser um ótimo ativo. Sem proteção, será a melhor entre as dos Pelicans e Bucks. A turma de 2026 promete, e se Giannis Antetokounmpo pedir troca nesta temporada, a escolha do Bucks pode valer muito. Foi uma negociação que saiu muito vantajosa para Atlanta.

Os Hawks então usaram a escolha 23 para selecionar Asa Newell, um potencial reserva na posição de pivô com boa capacidade defensiva. Ele não tem o teto mais alto e não é um grande passador, mas oferece segurança mínima e atende a uma necessidade do time.

Hansen Yang

Yang foi a escolha mais surpreendente da primeira rodada. Quase unanimemente projetado para sair na segunda rodada, os Blazers chocaram a todos ao selecioná-lo na 16ª posição.

Daqui a cinco anos, essa decisão pode parecer genial ou um erro grave. Yang foi um dos prospectos mais difíceis de avaliar, justamente pela dificuldade de traduzir o desempenho na Chinese Basketball Association. Ele mostrou ótimo passe em competições internacionais e impressionou no NBA Draft Combine, medindo 2,16 m com mãos enormes.

Yang é um projeto de longo prazo, e os torcedores dos Blazers precisarão ter paciência. O tamanho dele, porém, não se ensina. Além disso, ele deve estar feliz por já garantir um contrato, sem ter que lutar para entrar na liga como uma escolha da segunda rodada.

Walter Clayton Jr.

Clayton foi uma escolha um pouco acima do esperado, sendo selecionado na 18ª posição pelo Jazz. O ala-armador teve um ano excelente, conquistando o título nacional com a Universidade da Flórida e elevando sua cotação para o draft.

O Jazz negociou para obter a escolha dos Wizards e reforçar seu jogo no perímetro. Clayton é um bom arremessador e já mostrou que não teme momentos decisivos. Ele e Ace Bailey prometem formar uma dupla interessante de acompanhar.

Kendrick Perkins merece uma menção negativa aqui, por demonstrar falta de percepção durante a escolha na transmissão da ESPN.

Magic

Jase Richardson era visto por alguns especialistas como talento para a loteria tardia. O Magic aproveitou muito bem ao selecionar o armador de Michigan State na 25ª posição.

Essa escolha faz muito sentido para Richardson. Mesmo depois da troca por Desmond Bane, Orlando ainda precisa de reforços para melhorar seu ataque, e Richardson pode ajudar bastante nesse sentido.

Losers do Draft 2025

Ace Bailey

Bailey chegou a ser cotado para o 3º pick em vários momentos do ciclo do draft. Sua cotação caiu após o combine, quando foi medido com 2,01m — menor do que os 2,08m que muitos imaginavam. Havia receio de que ele fosse o maior “caído” da noite, especialmente depois que seu agente conduziu uma estratégia estranha, recusando entrevistas e treinos com várias equipes, inclusive o Jazz.

Apesar de parecer não estar muito animado para ir a Utah (reportagens indicam que preferia ir para os Wizards na 6ª escolha), Bailey era talento demais para o Jazz abrir mão da 5ª posição.

A adaptação para o elenco, com Lauri Markkanen e John Collins ainda presentes, é um tanto complicada, mas Bailey é um excelente pontuador e arremessador difícil, que deve ter liberdade para atacar. Ele ainda conta com o técnico ofensivo Will Hardy, que pode levá-lo ao sucesso.

Suns

Com a 10ª escolha, o Suns fez uma boa escolha em Khaman Maluach, um pivô defensivo gigante que ajuda a cobrir uma das maiores carências do time.

Sozinho, seria uma escolha sólida, mas Phoenix logo trocou por Mark Williams, entregando a 29ª escolha deste ano e uma escolha de primeira rodada em 2029 — que provavelmente estará nas últimas posições. Isso depois de já terem trazido Nick Richards, outro pivô, em troca no ano passado.

Não está claro o motivo da concentração de pivôs com habilidades semelhantes no Suns. Williams é um bom jogador, mas o uso dessa escolha para essa troca soa estranho, ainda mais sendo uma das poucas escolhas negociáveis do time.

Pelicans

Os Pelicans garantiram um bom jogador em Derik Queen na 13ª escolha, mas pagaram caro para subir no draft. A escolha de primeira rodada de 2026, sem proteção, cedida aos Hawks, provavelmente será valiosa.

Além disso, a combinação de Queen com Zion Williamson não é boa. Os dois ocupam funções e espaços semelhantes em quadra. A equipe já havia feito outra troca curiosa para trazer Jordan Poole.

Joe Dumars assumiu como principal responsável pelas decisões e já mantém a linha das escolhas questionáveis que marcaram o fim de sua passagem pelo Detroit Pistons.

Nets

Os Nets entraram no draft com cinco escolhas de primeira rodada, mas fizeram uma escolha duvidosa na melhor delas.

Egor Demin é um dos prospectos mais controversos. Seus defensores o veem como o melhor passador da classe, com tamanho acima da média (2,06m) para um armador e potencial para ser o principal criador de jogo. Os críticos apontam que ele é um arremessador instável, tem dificuldades para criar vantagens e falhas reais na defesa.

Demin era projetado para a loteria tardia (nosso analista Gilbert McGregor o colocou na 13ª posição). Foi a maior surpresa do draft, sendo escolhido no 8º pick pelo Brooklyn, o que parece um exagero.

Stephen Noh

Stephen Noh started writing about the NBA as one of the first members of The Athletic in 2016. He covered the Chicago Bulls, both through big outlets and independent newsletters, for six years before joining The Sporting News in 2022. Stephen is also an avid poker player and wrote for PokerNews while covering the World Series of Poker from 2006-2008.

João Vítor Castanheira

Editor-chefe do Sporting News BR. Ex-coordenador de Trivela e PL Brasil. Também passou pelas categorias de base do LANCE! e pela Globo como editor de conteúdo - escreveu para o GE e fez parte dos programas Globo Esporte, Jornal da Globo e Esporte Espetacular. Jornalista pela UFRJ e ex-goleiro da Associação Atlética de Comunicação e Artes com orgulho.