Todd Boehly, o bilionário americano, tornou-se uma das figuras mais influentes do futebol mundial nos últimos anos. À frente do conglomerado BlueCo, ele comandou a aquisição do Chelsea por £4,25 bilhões (cerca de R$ 29,75 bilhões, na cotação atual) em 2022 – a transação mais cara da história do esporte – e já expandiu seu império esportivo para a França com o Strasbourg. Agora, o grupo do empresário aparece como favorito para adquirir a SAF do Santos.
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A compra do Chelsea foi concluída em maio de 2022, após o clube ser colocado à venda por Roman Abramovich em meio às sanções do governo britânico contra oligarcas russos. Do total da transação, £2,5 bilhões (aproximadamente R$ 17,5 bilhões) foram destinados à compra das ações e outros £1,75 bilhões (cerca de R$ 12,25 bilhões) para investimentos no clube.
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BlueCo e Santos
A relação entre o grupo de Boehly e o Santos, porém, não começou agora. O Chelsea já demonstrou interesse no celeiro alvinegro nos últimos anos, adquirindo jovens promessas como o atacante Ângelo (que foi repassado ao Strasbourg) e o meia Deivid Washington, em negociações que totalizaram mais de €30 milhões (cerca de R$ 185 milhões).
Essas movimentações criaram um canal direto entre as equipes que agora pode facilitar uma negociação mais ampla pela SAF santista, com o grupo já familiarizado com a estrutura e o potencial de formação do clube.
Blue Co: a rede em construção
Além do Chelsea e do Strasbourg, adquirido em junho de 2023 por cerca de €75 milhões (R$ 462 milhões), a BlueCo já tinha participação em clubes como o Estrela da Vermelha, da Sérvia, e o Molenbeek, da Bélgica.
A rede não parou de crescer. Em entrevista ao Financial Times ainda em 2022, o próprio Boehly afirmou: "A ideia é que você possa mostrar a um jogador: 'olha, se você for para a Bélgica, vai para a Holanda, vai para a Inglaterra'". A declaração já antecipava a estratégia de criar um caminho de desenvolvimento para atletas.
Experiência esportiva consolidada nos EUA
Boehly não era um novato no mundo esportivo quando assumiu o Chelsea. Ele já era um dos proprietários do Los Angeles Dodgers da MLB desde 2012, com participação de 20% no clube que comprou por US$ 2,1 bilhões. Sob sua gestão, o Dodgers se tornou uma potência do beisebol, conquistando a World Series em 2020.
O americano também mantinha participação minoritária no Los Angeles Lakers da NBA e no Sparks, com 27% da organização adquiridos junto com seu sócio Mark Walter.
Tentativa anterior e vitória no processo competitivo
Aquela não era a primeira tentativa de Boehly no Chelsea. Em 2019, ele já havia oferecido US$ 3 bilhões pelo clube, proposta rejeitada por Abramovich. Na ocasião, seu consórcio – que incluía a Clearlake Capital e os bilionários Mark Walter e Hansjorg Wyss – superou outros três grupos finalistas para fechar o negócio.
Ao anunciar a aquisição, Boehly declarou: "Estávamos honrados em nos tornarmos os novos guardiões do Chelsea Football Club. Estamos todos dedicados – 100% – a cada minuto de cada partida. Nossa visão como proprietários era clara: queremos deixar os torcedores orgulhosos".
Segundo reportagem do jornal L'Équipe na época da compra do Strasbourg, a BlueCo garantiu aos torcedores que o clube francês manteria sua identidade, mas faria parte de um "projeto global ambicioso".
Boehly manteve perfil discreto ao longo do processo. Suas ações, porém, falaram por si: o americano redefiniu como o capital privado enxerga o futebol – não como paixão isolada, mas como um negócio global integrado.