Saiba qual é a ligação do ex-goleiro Julio Cesar com o Remo

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A comemoração do retorno do Remo à Série A teve um protagonista inesperado: Julio Cesar. O ex-goleiro da Seleção Brasileira, identificado com o Flamengo, esteve no Mangueirão neste domingo (23/11) e se emocionou após a vitória de virada por 3 a 1 sobre o Goiás – resultado que garantiu ao Leão o acesso depois de 31 anos longe da elite. A presença dele levantou a curiosidade de muitos torcedores. E afinal, o que levou Julio Cesar a Belém?

Julio Cesar mantém uma relação próxima com profissionais do Remo, especialmente com Marcos Braz, ex-dirigente do Flamengo e atual executivo de futebol do clube paraense.

Cerca de um mês antes, Braz já havia convidado Julio Cesar, atualmente com 46 anos e aposentado dos campos desde 2018, para assistir ao Re-Pa no Baenão. Naquele dia, o Remo venceu o Paysandu por 3 a 2, e o goleiro aproveitou para conhecer as instalações do clube e recebeu até uma camisa personalizada.

Na saída do clássico, ele destacou o nível do duelo:

– O Remo acabou sendo abençoado com um belíssimo gol no fim, uma cobrança de falta maravilhosa. Parabéns aos dois times, foi um Re-Pa à altura. A torcida azulina saiu mais contente, mas quem gosta de futebol viu um grande jogo – disse à TV Liberal, afiliada da Globo.

Desta vez, para o confronto decisivo contra o Goiás, Julio Cesar retornou a Belém e acompanhou a delegação azulina até no ônibus rumo ao estádio.

Com ele presente, o Remo venceu por 3 a 1, com dois gols de João Pedro e um de Pedro Rocha, e ainda contou com o tropeço do Criciúma para confirmar o retorno à Primeira Divisão.

Na festa após o apito final, a torcida lotou o gramado, e Julio Cesar não ficou de fora: participou da celebração, interagiu com os azulinos e foi visto chorando ao lado dos torcedores.

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Há quanto tempo o Remo estava fora da Série A?

Com acesso garantido ao Brasileirão de 2026, o Remo estava distante da Série A do Campeonato Brasileiro desde 1994 – em um período marcado por rebaixamentos, temporadas sem calendário, crises administrativas e breves reações. Entre a queda de 94 e o acesso que está próximo, o Leão Azul atravessou todos os degraus do futebol nacional, viveu seus piores anos e também seus renascimentos.

Em 1994, o Remo fazia sua última aparição na elite, em um Brasileirão com formato totalmente diferente. A temporada marcou o fim de uma era: o clube foi rebaixado na repescagem, terminando em sétimo e penúltimo lugar entre os oito participantes dessa fase. Curiosamente, a queda aconteceu logo após a melhor campanha de sua história – o oitavo lugar em 1993. Mesmo com um elenco reforçado, que tinha Clemer, Belterra, César Pernil, Rogerinho, Helinho, Mazinho, Cleberton e Cuca, o time não sustentou o desempenho. Ainda assim, protagonizou um feito de peso: goleou o Cruzeiro por 5 a 1 no Mineirão.

O Brasileirão de 1994 reuniu 24 clubes divididos em quatro grupos de seis. Os quatro primeiros avançavam; os dois últimos iam para a repescagem, onde todos se enfrentavam em turno e returno. Foi ali que o Remo desandou, sacramentando o rebaixamento ao lado do Náutico.

Os anos mais difíceis do Remo: temporadas sem calendário e crises profundas

A ausência prolongada na elite abriu uma fase de instabilidade que se tornou rotina. Entre 2009 e 2011, o Remo chegou ao ponto mais crítico de sua história: ficou sem disputar qualquer divisão nacional duas vezes no intervalo de três anos.

O episódio mais marcante aconteceu em 2011. Depois que o Paysandu venceu o primeiro turno do Parazão, o Remo precisava obrigatoriamente eliminar o Independente nas semifinais para manter vaga na Série D. No Mangueirão, venceu o primeiro jogo por 1 a 0, gol de Elsinho. Porém, na volta, em Tucuruí, diante de um Navegantão lotado, o Independente virou com gols de Evandro e Marçal ainda no primeiro tempo. A situação se agravou com as expulsões de Elsinho e Finazzi, além da invasão de um torcedor azulino em protesto.

Sem reação, o Leão ficou novamente sem calendário. O Independente, embalado, conquistou o título do Parazão – o primeiro da história de um clube do interior – e representou o Pará na Série D de 2011 e na Copa do Brasil de 2012.

O renascimento do Remo e o retorno à elite

A virada começou com reorganização interna e reconstrução esportiva. Em 2015, o Remo conquistou o acesso da Série D para a Série C. Já em 2024, subiu da Série C para a B. Agora, embalado por uma reação marcante dentro da segundona, conseguiu o histórico retorno para a Série A.

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News Correspondent