Lucho Acosta: valor pago pelo Fluminense, tempo de contrato e carreira

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Lucas Merçon/Fluminense

Lucho Acosta foi um dos destaques dos jogos desta quarta-feira (19/11) ao marcar um golaço que abriu o placar para o Fluminense em vitória por 2 a 1 sobre o Flamengo, no Maracanã. O meia-atacante argentino, anunciado pelo Tricolor no dia 8 de agosto, foi comprado por 4 milhões de dólares (R$ 22 milhões no período) junto ao FC Dallas, dos Estados Unidos, que vendeu 100% do atleta. O contrato vai até dezembro de 2028.

A trajetória de Luciano "Lucho" Acosta é marcada por superação, reviravoltas e momentos que remetem até mesmo à história de Lionel Messi. Antes de se destacar como um dos principais nomes do Fluminense e assumir papel importante no time de Luis Zubeldía, o meia argentino precisou enfrentar desafios físicos e psicológicos que quase colocaram sua carreira em risco. Pupilo de Juan Román Riquelme e eleito o melhor jogador da MLS em 2023, o atleta de 31 anos demonstra dentro de campo que seu talento supera qualquer limitação imposta pelos 1,60 m de altura.

Lucho Acosta: história e carreira

Assim como Messi, um de seus grandes ídolos, Lucho nasceu em Rosário e cresceu sendo tratado como joia por sua habilidade. A coincidência mais marcante entre os dois, porém, está nas dificuldades de crescimento. Enquanto Messi foi diagnosticado aos nove anos com uma deficiência hormonal, Acosta recebeu um diagnóstico semelhante já na adolescência. Ele conta que uma médica chegou a afirmar que seu crescimento havia chegado ao limite. A partir daquele momento, parou de se medir e passou a focar na preparação física: "Fui para a academia para ficar bem fisicamente e comecei a me dedicar a mim mesmo", relembrou.

A sensação de estar ficando para trás era evidente nas categorias de base do Boca Juniors, onde chegou com 13 anos. Enquanto os companheiros cresciam, ele se mantinha abaixo da média. Em situações assim, a dispensa é comum, mas o clube argentino bancou sua permanência. Mesmo assim, Lucho admite que pensou em abandonar o futebol antes de se tornar profissional. O apoio da família e do Boca, no entanto, o manteve no caminho.

A família, aliás, rendeu uma história curiosa. O jogador revelou ao Diário Olé que sua mãe tinha verdadeiro pavor de pessoas que tatuavam nomes de outras. Ignorando o medo dela, Lucho fez justamente isso em suas duas primeiras tatuagens – os nomes dos pais, escritos em árabe para que ninguém soubesse o significado. Em casa, dizia que significavam "amor" e "paz", até que um dia decidiu contar a verdade.

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Se em alguns momentos sua trajetória se aproximou à de Messi, dentro do Boca Juniors ela se conectou profundamente com a de Riquelme. O ídolo xeneize se tornou uma espécie de mentor, e o grande salto de Lucho ocorreu quando Juan Román se lesionou ao mesmo tempo em que Leandro Paredes foi emprestado à Roma. O técnico Claudio Bianchi apostou no jovem, que rapidamente conquistou os torcedores. Em 2014, aos 19 anos, estreou profissionalmente e viveu um dos momentos mais simbólicos de sua carreira ao se tornar o primeiro jogador a vestir a camisa 10 do Boca após a saída de Riquelme.

Após deixar o clube argentino, seu destino parecia ser o Coritiba – o acordo estava alinhado, e o meia era aguardado na capital paranaense. Porém, o DC United entrou na negociação e adquiriu seus direitos, levando-o para os Estados Unidos. A partir daí, sua carreira tomou novos rumos: houve tentativas de contratá-lo por Corinthians, em 2024, e Atlético-MG, no início de 2025, mas os times da MLS sempre dificultaram sua saída.

A passagem pelos Estados Unidos rendeu ainda momentos marcantes. Lucho brilhou na MLS, foi eleito o melhor jogador da liga em 2023 e passou a ser considerado um dos maiores nomes da história do campeonato até a chegada de Messi. Mas sua vida poderia ter mudado completamente em 2019, quando esteve muito perto de assinar com o Paris Saint-Germain. O DC United recebeu uma oferta próxima de 10 milhões de dólares, e Lucho chegou a viajar para a França no dia final da janela. Fez exames médicos, ouviu quais números poderia usar e escolheu a camisa 18. Tudo estava acertado – até que os americanos recusaram a proposta na última hora. A frustração afetou seu rendimento, e ele deixou o clube meses depois, assinando com o Atlas, do México, quando seu contrato encerrou.

No DC United, Lucho viveu também uma grande parceria com Wayne Rooney. A dupla, apelidada de "LuchoRoo", marcou época. O lance mais famoso aconteceu contra o Orlando City, quando Rooney recuperou a bola quase no fim e cruzou para Acosta marcar de cabeça aos 51 minutos. O meia contou que os dois tinham uma conexão especial em campo, mesmo com a barreira do idioma: "Ele me ensinou muito. Foi como um maestro para mim". O próprio Lucho revela que o diálogo antes do lance épico envolveu até uma brincadeira sobre quem voltaria para marcar – e acabou sendo Rooney quem correu todo o campo para recuperar a bola que resultaria no gol.

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