A final da Copa Sul-Americana 2025 entre Atlético-MG e Lanús-ARG, neste sábado (22/11), às 17h (horário de Brasília), no Estádio Defensores del Chaco, no Paraguai, terá um pacote de atrações musicais que começam ainda antes da bola rolar e seguem até o intervalo da partida.
A Conmebol preparou uma abertura especial para envolver os torcedores desde cedo. Pelo lado brasileiro, o destaque será o atleticano Luiz Eduardo Schecktel, conhecido como Dudu Galo Doido. Ícone da torcida e criador da famosa alcunha Galo Doido, ele foi convidado para cantar no pré-jogo e anunciou que também interpretará o hino do Atlético-MG na cerimônia oficial de abertura.
Do lado argentino, quem assume o palco é a banda Los del Fuego, grupo tradicional da "música tropical argentina", representando o Lanús na festa inicial.
Além disso, pela primeira vez na história da Sul-Americana, a Conmebol realizará um show do intervalo na decisão. A atração é a banda paraguaia Kchiporros, um dos grupos mais populares do país.
Voltando a falar sobre Los del Fuego, a banda tem ligação com o Lanús por conta de a torcida do time cantar algumas músicas de maneira adaptada. Com tamanha identificação, em 2015, o grupo se apresentou na festa do centenário do clube.
Los del Fuego: história da banda
Los del Fuego são uma das bandas mais emblemáticas da cumbia santafesina, surgida na Argentina em 1984. Formada na cidade de Santa Fé, a banda ganhou destaque por seu estilo romântico e suas versões de sucessos nacionais e internacionais, consolidando-se como um dos nomes mais importantes do gênero ao longo de mais de três décadas.
A criação da banda (1984)
A história começa em 4 de maio de 1984, quando Juan Carlos Mascheroni, mais conhecido como “Banana”, decide fundar seu próprio grupo. Antes disso, ele havia trabalhado com Los del Bohío, gravando dois discos (1982 e 1983). Já com o novo projeto, Banana lançou o álbum de estreia “Hay que luchar para seguir”, acompanhado por:
Julio “Momocho” Peralta (guitarra)
Julio “Muerto” Peralta (baixo)
Sergio Ricardo “El Pato” Torres (timbal)
Essa formação marcou o início da trajetória do grupo no circuito da cumbia santafesina.
Mudanças constantes e consolidação (1985–1992)
A banda enfrentou suas primeiras trocas de integrantes em 1985, quando Momocho e Pato Torres saíram do grupo. Para substituí-los, entraram os irmãos Morro: Sergio (guitarra) e Néstor (timbal). Essa formação durou até 1987, quando lançaram o álbum “Bebe mi cántaro”.
Após 1987, houve novas saídas e retornos dos membros originais. Em 1989 Momocho deixou a banda novamente, dando lugar ao guitarrista Sergio Alberto Morro, com quem gravaram o disco “Una sobredosis de amor”.
A partir de 1990, Banana precisou reestruturar o grupo mais uma vez, trazendo:
Edgardo “Pulpo” Suárez (guitarra)
Claudio “Cheto” Gómez (timbaleta)
Com eles, Los del Fuego lançaram “Ardiendo” em 1991, e em 1992 mais mudanças aconteceram com a entrada de Carlos Núñez (guitarra) e Adolfo “Chanchina” Pérez (baixo).
A separação e o renascimento (1993–1994)
Em 1993, após anos de desgaste, o grupo chegou ao seu pior momento e acabou se desfazendo. Cada músico seguiu novos rumos, enquanto Banana passou um período trabalhando como motorista de táxi em Santa Fe.
Mas a história da banda não terminou ali. Em 1994, motivado pela paixão pela música e pelo legado que já tinham construído, Banana decide reunir a banda novamente, chamando integrantes clássicos como:
os irmãos Morro
Julio “Muerto” Peralta
Essa volta marcou o lançamento do disco comemorativo “10 años… Una pasión inexplicable”, celebrando a primeira década de Los del Fuego.
As décadas seguintes e a consagração
Ao longo dos anos 90, 2000 e 2010, Los del Fuego seguiram gravando discos e realizando inúmeros shows em toda a Argentina. O grupo ultrapassou a marca de 25 álbuns, explorando temas românticos, dançantes e uma grande variedade de versões de músicas famosas.
Seu reconhecimento levou a apresentações em programas de grande audiência, como Pasión de Sábado, e a um show no Luna Park em 2012, um dos maiores feitos de sua carreira.
As versões e o estilo musical
Uma das marcas registradas da banda é a quantidade de covers que fizeram ao longo dos anos, adaptando músicas de estilos totalmente diferentes ao ritmo da cumbia santafesina. Entre seus covers mais famosos estão:
“Persiana americana”, “Juego de seducción” e “Cuando pase el temblor” — Soda Stereo
“Sobreviviendo” e “Ojos de cielo” — Víctor Heredia
“Pupilas lejanas” — Los Pericos
“Labios compartidos” — Maná
Versões em espanhol de hits internacionais como “Spending My Time” (Roxette), “What Is Love?” (Haddaway), “Could You Be Loved” (Bob Marley) e “Get Lucky” (Daft Punk)
Em 2011, fizeram um emocionante tributo a Leo Mattioli, interpretando “Llorarás más de 10 veces” ao lado da cantora Karina.
A tragédia que marcou a banda (2019)
O momento mais duro da história do grupo ocorreu na noite de 17 de maio de 2019. Durante um show privado em Avellaneda, o vocalista e fundador Juan Carlos “Banana” Mascheroni sofreu um infarto fulminante. Ele foi levado ao Hospital Fiorito, mas não resistiu. Banana faleceu na madrugada de sábado, com apenas 58 anos.
Pouco depois, a banda lançou o álbum digital “Por Siempre”, reunindo as últimas gravações do cantor.
A continuação após a perda
Mesmo após a morte de seu líder histórico, Los del Fuego decidiram seguir adiante. O novo vocalista escolhido foi Cristian Ramírez, que assumiu a missão de manter vivo o legado da banda.
No fim de 2019 lançaram novas músicas, e em 2020 saiu o álbum “Vamos a seguir…”, cujo título expressava perfeitamente a intenção do grupo de continuar sua história. O disco inclui a faixa “Creo en mí”.
Los del Fuego: discografia
1984 ─ Hay que luchar para seguir
1985 ─ Sobreviviendo
1986 ─ Razón de vivir / Ahora Coraje
1987 ─ Bebe mi cántaro
1988 ─ Que no se rompa la noche
1989 ─ Una sobredosis de amor
1991 ─ Ardiendo
1994 ─ A 10 años de una pasión inexplicable
2004 ─ 20 años no es nada
2008 ─ 100% Pico y pala
2014 ─ A 30 años… Sólo he nacido para amarte
2019 ─ Por siempre
2020 ─ Vamos a seguir…
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