O julgamento de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, foi adiado após o auditor Marco Aurélio Choy pedir vista do processo. A nova data deve ser definida pelo STJD ainda nesta semana. Até o momento da pausa, o relator Sergio Furtado Filho havia votado pela absolvição no artigo 243-A (manipulação de resultado) e pela aplicação de multa de R$ 100 mil, sem suspensão.
Bruno Henrique, que segue jogando graças a um efeito suspensivo concedido em setembro, responde por supostamente forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores em partida contra o Santos, em 2023. Ele havia sido condenado a 12 jogos de suspensão, mas recorreu da decisão, enquanto a Procuradoria pediu aumento da pena.
Antes do julgamento do mérito, a defesa tentou arquivar o processo alegando prescrição, mas o pedido foi negado por unanimidade (9 a 0). Os advogados argumentaram que o prazo de 60 dias para denúncia teria expirado, enquanto a Procuradoria sustentou que não houve inércia, pois o caso só pôde ser investigado após receber informações da Polícia Federal.
No julgamento, a defesa afirmou que o cartão foi parte de uma estratégia esportiva e que não houve intenção de manipular o resultado. Já o relator entendeu que não há provas de que o jogador tenha atuado de forma deliberada para alterar o placar, destacando apenas movimentações suspeitas de apostas.
Com o pedido de vista, o caso será retomado nos próximos dias, e Bruno Henrique segue liberado para atuar até a decisão final.
Qual a punição de Bruno Henrique?
Bruno Henrique recebeu uma suspensão de 12 partidas no Brasileirão, além de uma multa de R$ 60 mil, por suposto envolvimento em esquema de manipulação de resultados — investigação conduzida pela Polícia Federal desde agosto de 2023. No fim do ano passado, o atleta e outros investigados tiveram endereços vasculhados pelas autoridades, e o indiciamento ocorreu em abril de 2024.
Caso o pedido do Flamengo não seja aceito, o duelo desta quarta-feira (29) contra o Racing, pela semifinal da Libertadores, pode marcar a despedida do jogador na temporada. Restam apenas nove rodadas pelo Campeonato Brasileiro e, no cenário mais positivo, o Rubro-Negro faria mais uma partida caso alcance a final continental — totalizando dez compromissos. Como a punição exige o cumprimento de 12 jogos, o atacante ainda ficaria com duas partidas pendentes para 2026.
Entenda o caso de Bruno Henrique
Três empresas (Betano, GaleraBet e KTO) teriam percebido criações de novas contas e apostas em um volume incomum em cartões a serem tomados por Bruno Henrique contra o Santos, em 2023. As novas contas viriam de Belo Horizonte, cidade onde Bruno Henrique nasceu. De acordo com a Betano, 98% do volume de apostas do mercado de cartões estavam direcionados para Bruno Henrique, informou o "ge". Segundo a investigação, elas foram feitas por amigos e parentes do jogador.
A investigação é originada de um relatório da IBIA (Internacional Betting Integrity Association), entidade internacional que também está envolvida na investigação sobre suposta manipulação de Lucas Paquetá na Inglaterra.
Além da Justiça Desportiva, Na Justiça Comum, o atleta também virou réu recentemente. Ele foi denunciado ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que acolheu denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
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