O jornalista Jorge Nicola informou nesta segunda-feira (18/8) que três diferentes frentes demonstraram interesse em adquirir a SAF do Botafogo, atualmente envolvida em disputas jurídicas devido ao conflito entre John Textor e os sócios da Eagle Football Holdings.
Entre os possíveis compradores está o banqueiro brasileiro Juca Abdalla, de 80 anos. Proprietário do Banco Clássico, Abdalla figura também como um dos maiores acionistas individuais da Petrobras e mantém participações expressivas em companhias como Eletrobras e Cemig.
Além dele, um grupo empresarial italiano e o filho de um rei de um dos Emirados Árabes Unidos também aparecem como interessados.
Nicola ressaltou ainda que as chances de Textor retomar o controle do Botafogo são cada vez menores, especialmente pela relação desgastada com o fundo Ares Management. Diante desse quadro, o clube associativo já considera a entrada de novos investidores como alternativa para evitar maiores danos no cenário de instabilidade atual.
– O Botafogo é um patrimônio valioso e desperta o olhar de muita gente. Não vamos ser prejudicados por disputas entre sócios internacionais e também não ficaremos reféns de banqueiros estrangeiros que só querem explorar o clube – declarou uma fonte ligada ao Alvinegro ao jornalista.
Juca Abdalla: quem é e fortuna
José João Abdalla Filho, mais conhecido como Juca Abdalla, nasceu em 30 de maio de 1945, em São Paulo. Filho do empresário e industrial J. J. Abdalla, cresceu em meio a um ambiente de negócios e grandes investimentos. Formou-se em Economia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, também em São Paulo, consolidando sua base acadêmica para a carreira financeira que seguiria.
Juca Abdalla é dono de uma fortuna estimada em 3,2 bilhões de dólares, R$ 17,3 bilhões, de acordo com a revista "Forbes". Assim, ele é o 18º brasileiro mais rico da atualidade.
Carreira e Banco Clássico
Em 1989, Juca fundou o Banco Clássico, instituição criada especialmente para administrar a herança deixada por seu pai, falecido um ano antes. Ele é o único cliente do banco, que funciona como veículo de gestão de seu patrimônio. A partir dali, construiu uma reputação como um dos maiores investidores individuais do mercado financeiro brasileiro, com foco em participações no setor de energia. Suas principais posições incluem ações da Petrobras, Eletrobras, Cemig e Engie (antiga Tractebel).
Participação em empresas estatais
O bilionário também tem presença ativa em grandes companhias do país. Desde 2019, ocupa assento no conselho da Cemig, e, em 2022, passou a integrar o conselho de administração da Petrobras, consolidando seu peso como acionista relevante e figura influente no setor energético.
Herança e indenização bilionária
A origem de parte de sua fortuna está ligada ao império construído por seu pai, J. J. Abdalla, que atuava em setores como cimento, metalurgia, têxtil e bancos. Além disso, Juca recebeu uma das maiores indenizações já pagas pelo Estado de São Paulo.
Após a desapropriação de um terreno de aproximadamente 750 mil metros quadrados no bairro de Pinheiros, onde foi construído o Parque Villa-Lobos, a Justiça determinou uma compensação de cerca de R$ 2,5 bilhões. Juca ficou com 70% desse valor, enquanto o restante foi destinado a um primo.
Estilo de vida
Apesar da imensa riqueza, Juca Abdalla é conhecido pelo perfil discreto e reservado. Evita aparições públicas, entrevistas e raramente tem sua imagem divulgada. A mídia o apelidou de "o bilionário mais desconhecido do Brasil".
Juca Abdalla já foi candidato pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) a suplente de senador em uma chapa com Teresa Surita, ex-esposa de Romero Jucá (MDB). O fato aconteceu em 2006 e ele não se elegeu.
Pouco conhecido do grande público, Juca Abdalla é uma das figuras mais influentes e, ao mesmo tempo, enigmáticas do mercado financeiro brasileiro. Sua trajetória mistura herança familiar, decisões estratégicas em investimentos e uma vida marcada pela discrição, características que fazem dele um dos personagens mais peculiares do universo dos bilionários no Brasil.
Juca Abdalla torce para o Botafogo?
Juca Abdalla nasceu em São Paulo e seu pai, J. J. Abdalla, era natural de Aparecida do Norte, no interior de São Paulo, tendo nascido em 1903. Juca Abdalla nunca revelou seu time do coração publicamente.
Só que há pistas de ligação de Juca Abdalla com a cidade do Rio de Janeiro. A sede do Banco Clássico fica em Ipanema, bairro da Zona Sul carioca.
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