Corrupção no São Paulo: Mara Casares responde sobre “esquema” em camarote do Morumbis

Samir Mello

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Mara Casares/Divulgação

O torcedor do São Paulo amanheceu com uma denúncia envolvendo um suposto esquema envolvendo diretores e um camarote do Morumbis. Segundo reportagem do ge, Douglas Schwartzmann, diretor adjunto da base do São Paulo, e Mara Casares, diretora feminina, cultural e de eventos, e ex-esposa do atual presidente, Julio Casares, venderam ingressos de forma irregular para um camarote cedido por Marcio Carlomagno, atual CEO e provável candidato à presidência na eleição de 2026.

Utilizando suas redes sociais, Mara Casares respondeu sobre as acusações na tarde desta segunda-feira (15/12).

— O áudio que circula foi tirado de contexto e traz uma conotação que não reflete a verdade dos fatos nem a minha intenção. Em nenhum momento houve benefício pessoal. Não tive ganho próprio de nenhuma natureza. Minha consciência está absolutamente tranquila — afirmou.

— É importante esclarecer que a conversa trazida no áudio contém expressões inadequadas. Reconheço isso. Essas falas, quando isoladas, não representam o real contexto da conversa, nem o propósito da ligação. A conversa teve como único objetivo resolver uma situação pontual entre terceiros. Sempre pensando na proteção da instituição. Inclusive, foi solicitado que a ação fosse retirada justamente para preservar o SPFC — continuou.

— Repudio de forma veemente qualquer afirmativa ou insinuação sobre a existência de “esquema de venda de ingressos”. Essa narrativa não condiz com a realidade e será devidamente esclarecida e provada no momento oportuno. Lamento profundamente que uma conversa privada tenha ganhado âmbito público e sido compartilhada de forma distorcida — defendeu-se.

— Diante desse cenário, pedi licença das atribuições voluntárias para me dedicar integralmente aos esclarecimentos necessários e não prejudicar a gestão. Reafirmo: estou totalmente à disposição para quaisquer esclarecimentos, com tranquilidade, responsabilidade e compromisso com a verdade — concluiu.

Em nota, o São Paulo informou que “tomou conhecimento do conteúdo do áudio por meio da imprensa e que realizará a devida apuração dos fatos”.

O Tricolor afirmou que “adotará as medidas que se mostrarem necessárias” e que Douglas Schwartzmann e Mara Casares “solicitaram licença de seus respectivos cargos na gestão”.

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Entenda a denúncia envolvendo o São Paulo

Segundo um processo que corre na 3ª Vara Cível do Foro Regional IX - Vila Prudente, o fato teria acontecido em fevereiro deste ano, para o show da cantora Shakira, que aconteceu no Morumbis, e o camarote em questão é o “3A”, que fica ao lado do camarote da presidência no estádio.

Na ação judicial, Schwartzmann e Mara teriam repassado o direito do uso do camarote para uma intermediária, Rita de Cássia Adriana Prado. Rita teria faturado R$ 130 mil vendendo ingressos para o espetáculo, com cada bilhete saindo por R$ 2 mil. 

O esquema, no entanto, teria azedado depois de Rita ter processado Carolina Lima Casemiro, que está sendo acusada de ter pegado um envelope com 60 ingressos para o show sem autorização. A intermediária acusa Carolina de “só” ter pagado R$ 100 mil dos ingressos vendidos por R$ 132 mil. 

Nos áudios divulgados pelo ge, Schwartzmann e Mara pressionam Rita para que ela retire a ação contra Carolina, sob risco de expor o “esquema” entre os diretores. 

— Você nunca sobe que aquilo era feito de forma clandestina? A palavra é essa. Ou você não sabia? Você sabia ou não? —, questiona Douglas.

— Nós três sabemos como foi feito. Você não é boba, nem eu nem ninguém. Isso foi feito de forma indevida. De forma não normal. Não é normal. Foi feito um favor. E você está gastando um favor, queimando as pessoas que te ajudaram — seguiu.

— O erro seu lá atrás deu um prejuízo, acabou. Não tem recuperação, querida. Não tem. Todo mundo perdeu ali. Agora, você quer prejudicar a Mara (Casares) e o Marcio (Carlomagno)? É isso? — acrescentou.

— E vou repetir uma coisa. Você (Rita) é uma pessoa que a Mara confiou. Eu só entrei nisso porque a Mara me garantiu que você era de total confiança. Desde o primeiro dia que eu te falava isso. Não podemos fazer coisa errada aqui. Então, teve negócio que você ganhou dinheiro, eu ganhei, todo mundo ganhou. Mas foi feito tudo na confiança — prosseguiu. 

Em diversos momentos, Douglas chama a atenção de Rita sobre o risco de expor um negócio clandestino.

— Seu advogado sabe que é tudo clandestino? Quer que eu explique para ele como você obteve esse negócio? Você quer que ligue para o seu advogado e explique que você não tinha direito de comercializar aquilo? Porque você sabe que não tinha. Eu, você e a Mara sabemos — afirmou.

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