STJD libera três jogadores eliminados por manipulação; entenda

Beatriz Carvalho

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Vinícius Rodeio/ge.globo

O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) liberou três jogadores denunciados por supostos esquemas de apostas no futebol nesta sexta-feira (05/09). Dois anos e dois meses após serem eliminados do futebol por envolvimento em manipulação de resultados, os atletas Ygor Catatau, ex-Vasco e Sepahan, do IrãGabriel Tota, ex-Juventude e Ypiranga-RS, Romário, ex-Vila Nova, estão oficialmente reabilitados e podem voltar a jogar.

Os três foram identificados na Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás, e punidos com eliminação e multa após comprovada participação em esquemas de apostas. Romário foi o pivô do início da operação.

O volante aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time.

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A história então vazou e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, ele próprio um policial militar, investigou o caso e entregou as provas para o Ministério Público de Goiás.

Após o pagamento das multas, comprovação de atividade profissional e apresentação de declarações de idoneidade, os atletas conseguiram o parecer favorável e estão liberados para retomar suas carreiras como jogadores de futebol.

"Artigo 99 - A pessoa natural que houver sofrido eliminação poderá pedir reabilitação ao órgão judicante que lhe impôs a pena definitiva, se decorridos mais de dois anos do trânsito em julgado da decisão, instruindo o pedido com a documentação que julgar conveniente e, obrigatoriamente, com a prova do pagamento dos emolumentos, com a prova do exercício de profissão ou de atividade escolar e com a declaração de, no mínimo, três pessoas vinculadas ao desporto, de notória idoneidade, que atestem plenamente as condições de reabilitação".

Operação Penalidade Máxima

A Operação Penalidade Máxima investiga o envolvimento de jogadores e demais figuras do futebol com apostas esportivas. As investigações iniciaram através do Ministério Público de Goiás e uma série de punições e prisões preventivas foram decretadas.

Via de regra, os apostadores entravam em contato com os jogadores e ofereciam pagamentos por ações deles em campo. Com isso, os criminosos burlavam as casas de aposta, que também são vítimas, e colocavam dinheiro em atitudes 'apostáveis' previamente acordadas.

Em maio de 2023, 16 pessoas, entre elas sete atletas, viraram réus após investigações da segunda fase da Operação Penalidade Máxima. Na primeira fase da operação Penalidade Máxima, oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público e viraram réus por participarem do suposto esquema de manipulação em jogos da Série B de 2022.

Beatriz Carvalho

Repórter do Sporting News BR. Passou pelo Globo Esporte como repórter multimídia e foi a primeira mulher comentarista da TV Verdes Mares. Autora do livro "Passa a Bola Pra Elas". Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará.