PCC no Corinthians? A possível infiltração da facção criminosa no Timão

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Divulgação/Corinthians

O Ministério Público de São Paulo investiga possíveis conexões entre o clube e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A suspeita ganhou força após depoimento de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, que declarou ao MP em 14 de agosto que "o crime organizado se infiltrou" no clube. Por isso, o conselheiro estaria sofrendo ameaças. 

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A principal suspeita é de que jogadores do Corinthians se hospedaram em apartamento  a José Carlos Gonçalves, conhecido como Alemão, apontado como uma importante figura no PCC. Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno viveram no imóvel no bairro Anália Franca com o Corinthians como intermediário da locação. Não há indícios de envolvimento consciente dos atletas, que serão ouvidos pelo MP apenas como testemunhas. 

O MP-SP questiona o porquê da escolha pelo imóvel que pertence a uma figura tão importante no crime organizado. 

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O clube paulista já havia sido ligado ao Primeiro Comando da Capital anteriormente. Segundo a Polícia Civil e o MP, o dinheiro recebido no contrato da ex-patrocinadora VaideBet teve relação com empresas ligadas à facção. 

Em 2024, o ex-diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão, também apontou ligações do clube com o crime organizado. No mesmo ano, o Corinthians apareceu em uma investigação que revelou a atuação de Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa do PCC, como intermediário nas negociações dos jogadores Du Queiroz e Igor Formiga.

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A investigação do MP

O Corinthians comunicou, há uma semana, que iniciou a entrega dos documentos solicitados pelo Ministério Público, referentes ao período entre 2018 e 2025. Num primeiro momento, o clube havia encaminhado apenas as faturas dos cartões corporativos. Posteriormente, informou ter concluído o cumprimento da requisição ao acrescentar relatórios de despesas da presidência. Até a noite da última segunda-feira, porém, a promotoria ainda não havia confirmado o recebimento desse material.

Na mesma data, estava prevista a oitiva de João Clóvis, dono de um restaurante acusado de fornecer notas frias ao clube durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. A audiência, no entanto, foi adiada após a defesa do empresário ingressar com um habeas corpus.

Após já ter ouvido o atual presidente Osmar Stabile e outros dirigentes, o promotor Cássio Conserino agora pretende colher o depoimento do vice-presidente Armando Mendonça, marcado para a próxima segunda-feira.

O Procedimento Investigatório Criminal (PIC), instaurado em 30 de julho, apura possíveis crimes de apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa envolvendo o clube.

O foco inicial estava na suposta utilização irregular dos cartões de crédito durante as gestões de Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves. Com o avanço da apuração, passaram a ser analisadas também despesas da presidência reveladas em relatório do ge, além do uso do cartão corporativo na administração de Augusto Melo.

No dia 21 de agosto, antes mesmo da eleição indireta que colocou Stabile como presidente-tampão até o fim de 2026, o MP pediu à Justiça o afastamento dos últimos três mandatários do Corinthians. Até o momento, não houve decisão sobre esse pedido nem sobre a solicitação de quebra de sigilo dos cartões de crédito do clube.

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